Stillness



Stillness
Vídeo, 4'02'', cor, s/ som
DV CAM Transcrita para DVD PAL (16:9)


Stillness resulta de uma tentativa de tornar o corpo menos evidente, de o mergulhar nesse espaço negro onde nada pode ser colocado. Se a vida de todo o organismo depende da possibilidade que possui de manter a sua diferença em relação ao meio; o mimetismo, representa então a perda dessa distinção, tendo como efeito a inscrição do espaço no indivíduo. O vídeo que apresento parte desta ideia e surge como possibilidade de anular a presença do corpo que, ao assumir as qualidades da coisa, procura tornar-se naquilo que imita.

Quase parado, mas sem conseguir evitar as pequenas oscilações, o sujeito combate e reforça simultaneamente essa impossibilidade. Aqui, a imobilidade como possibilidade de eliminar as fronteiras que separam o corpo do que o rodeia, conferindo-lhe as qualidades de um objecto inanimado, é contrariada por deslocações e movimentos incessantes, através dos quais se cumpre uma mudança contínua, ainda que imperceptível.

A estrutura do corpo aparece organizada em função do objecto, que o coloca sobre o eixo da existência material. Contudo, e porque se projecta num plano vertical, a sua posição oscila entre o plano das imagens, associado a uma ideia de beleza, e o plano horizontal, associado à matéria em estado inicial e à morte.

Este instrumento, destinado a gerar um plano horizontal de referência, é aqui usado para reforçar a condição deste corpo que abdica da verticalidade enquanto plano privilegiado para se colocar ao nível da matéria. Rejeita o lugar das formas, para se misturar com o que é, por oposição, indefinido, impuro e que escapa à idealização — o informe. Deitado sobre o chão, este corpo reflecte não só uma horizontalização física, mas também do sentido. Stillness apresenta-nos um corpo dessublimado.









































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